fortalezense Antônio Pedro Crispim, antigo residente do bairro Coqueirinho (hoje, Amadeu Furtado), ficou conhecido pelos evangélicos da capital cearense como o “homem da bíblia grande”. Ele ganhou este cognome depois de sua conversão, quando passou a usar uma Bíblia de tamanho não convencional.
Nascido em 14 de dezembro de 1881, o personagem enfrentou “pesadas” secas que assolaram o Ceará nos anos de 1888, 1915, 1919, 1932 e 1958. No ano de 1939, creu na mensagem da cruz e, logo em seguida, passou a levar a “água viva” e a saciar as almas perdidas com a fonte do evangelho, Cristo.
De família humilde e sem qualquer instrução intelectual, o servo de Deus teve o privilégio de ser batizado pelo saudoso pastor José Teixeira Rego, no dia 11 de março de 1940. O presbítero Crispim entrou para a história do evangelho no Ceará como o primeiro obreiro a evangelizar, em 1942, a localidade de Caracanga, situada na região Metropolitana de Fortaleza. Uma vez por semana, partia do bairro Coqueirinho com destino à estação ferroviária no bairro Damas.
De lá, deslocava-se até a estação de Monguba. Após desembarcar, andava mais oito quilômetros a pé até chegar ao lugar onde eram realizados os cultos. Entre os que entenderam as simples pregações do “homem da bíblia grande” está o pastor Emiliano Ferreira da Costa. O nobre ministro ouviu e
creu na ação do Consolador e foi batizado com o Espírito Santo. O fato aconteceu em 1945, na ocasião de uma oração realizada na residência da irmã Lídia Assunção, nos arredores da Lagoa de Messejana. O pioneiro nos deixou um legado de vida cristã vivido por poucos que fazem parte da galeria de heróis da
Assembléia de Deus no Ceará. Sua partida à eternidade aconteceu no dia 7 de junho de 1971, quando estava com 90 anos.