Reflexão sobre o Pentecostalismo no Ceará – por Carlos Castro
Quando os matagais cercavam o sítio Tunga Cocó, nos arredores da Fortaleza dos anos 1930, o cenário era de simplicidade e esforço. Transeuntes e animais de carga cruzavam as veredas poeirentas, testemunhas silenciosas do labor diário que sustentava as famílias da região.
Foi nesse ambiente rústico e cheio de vida que chegaram, vindos de Belém do Pará, dois pioneiros da fé pentecostal. Trouxeram consigo não apenas a palavra, mas um novo modo de sentir e viver a espiritualidade. Evangelizaram a família de José Porfírio de Lima, plantando ali as primeiras sementes do movimento pentecostal em solo cearense.
A fotografia antiga, amarelada pelo tempo, guarda mais do que rostos e paisagens — ela preserva o instante em que a Igreja se reunia para mais um baquete espiritual. É sobre esse encontro que o historiador Carlos Castro reflete: o tempo corre veloz, mas a história é o freio que o faz andar mais devagar, permitindo uma pausa, um respiro, um pequeno sonho.
Assim, entre o passado e o presente, a memória se torna ponte — e o registro fotográfico, um convite à contemplação da fé que moldou tantas vidas no Ceará.





